O Banco do Brasil (BB) divulgou nesta quinta-feira (14) seu balanço do primeiro semestre, e revelou que o lucro líquido ajustado caiu 40,7% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 11,2 bilhões. Essa redução foi pressionada pelas novas regras contábeis e pelo aumento da inadimplência.
BB registra queda de 60% no lucro
No segundo trimestre, de abril a junho, o Banco do Brasil (BB) lucrou R$ 3,8 bilhões, registrando queda de 60% em relação ao mesmo período de 2024. Em nota, o BB comunicou ainda que passa por um momento de ajuste para possibilitar expansão futura.
Segundo a presidenta Tarciana Medeiros, o ano de 2025 é de ajuste para acelerar o crescimento.
“Projetamos lucro entre R$ 21 e R$ 25 bilhões e seguimos com investimentos estruturantes para geração de riqueza aos nossos acionistas, oferecendo a melhor experiência e soluções mais adequadas aos nossos clientes”, destacou.
Mesmo que o lucro de 2025 alcance a projeção máxima de R$ 25 bilhões, ele continuará abaixo do recorde de R$ 37,9 bilhões registrado em 2024.
Conselho Monetário Nacional
No inicio de 2025, entrou em vigor uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que alterou a contabilidade das instituições financeiras, impactando os resultados do Banco do Brasil. Embora aprovada em 2021, a norma só passou a valer neste ano.
A resolução substituiu o modelo de provisões pelo sistema de perda esperada, baseado em estimativas. Desse modo, a forma de registrar despesas e receitas foi modificada.
Além disso, o banco deixou de contabilizar R$ 1 bilhão em receitas de crédito referentes aos juros de operações em estágio 3, aquelas com atrasos superiores a 90 dias, devido ao regime de caixa.
Esse regime contabiliza receitas apenas quando o dinheiro entra efetivamente no caixa da instituição, o que contribuiu para a redução do lucro reportado neste ano.
Empréstimos crescem no segundo trimestre
Apesar da queda do lucro, o Banco do Brasil ampliou os empréstimos no segundo trimestre. Ao final de junho, a carteira de crédito ampliada somava R$ 1,3 trilhão, alta de 1,3% no trimestre e de 11,2% em 12 meses.
Por segmento, os números foram os seguintes:
- Pessoa Física: R$ 342,6 bilhões, com crescimento de 2% no trimestre e 8% em um ano.
- Pessoa Jurídica: R$ 468 bilhões, alta de 1,8% no trimestre e 14,7% em 12 meses.
- Agronegócios: R$ 404,9 bilhões, crescimento de 8% em um ano, impulsionado pelas linhas de custeio e investimento.
- Carteira de Crédito Sustentável: R$ 396,5 bilhões, apoiando atividades com impactos sociais e ambientais positivos, com alta de 10,6% em 12 meses.
Redução nos dividendos
O Banco do Brasil decidiu reduzir de 40% para 30% a parcela do lucro destinada aos acionistas, em razão da queda nos lucros da instituição.
Além disso, em julho, o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, que orienta a execução do Orçamento, revisou para baixo a projeção de dividendos das estatais em 2025, passando de R$ 43,4 bilhões para R$ 41,9 bilhões.
Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou que a redução ocorreu principalmente devido à menor distribuição de dividendos do Banco do Brasil ao governo, seu maior acionista.

