Na segunda-feira (7), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retomou a guerra comercial com a China ao ameaçar impor tarifas extras de até 50% sobre produtos chineses, caso Pequim não retire suas taxas retaliatórias de 34% até o dia seguinte. Em resposta, o Ministério do Comércio da China declarou que “lutará até o fim” e “nunca aceitará a chantagem dos EUA”.
As tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo provocaram fortes reações nos mercados globais. Nesta terça-feira (8), mesmo com apelos chineses por diálogo, o clima foi de instabilidade. A expectativa de impostos que podem chegar a 104% para empresas americanas que importam produtos chineses gerou pânico entre investidores.
Quedas históricas nas bolsas asiáticas
As bolsas de valores da Ásia registraram perdas significativas. A Bolsa de Hong Kong teve seu pior dia em 28 anos, com queda de 13,22%, superando os índices da crise de 1997. Taiwan caiu 9,7%. Outras quedas relevantes incluem:
- Nikkei 225 (Japão): -6,5%
- Shanghai Composite (China): -6,4%
- ASX 200 (Austrália): -3,8%
- Kospi (Coreia do Sul): -5,2%
- STI (Singapura): -7,5%
- Nifty 50 (Índia): -4,0%
No Brasil, o Ibovespa ontem caiu 1,38% e o dólar subiu para R$ 5,91.
Além dos ativos financeiros, os preços de commodities também sofreram. O petróleo bruto caiu 10% na semana anterior e teve nova queda de 4% na segunda. O cobre recuou 6% no início do pregão.
EUA ameaçam aliados
Trump também falou em tarifas de até 200% sobre o álcool europeu, e 50% sobre aço e alumínio do Canadá, embora esses aumentos não tenham se concretizado. Mesmo aliados históricos dos EUA, como Japão, Coreia do Sul e Austrália, foram afetados. As montadoras Toyota, Honda e Nissan registraram perdas após anúncio de tarifa de 25% sobre carros importados.
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, pediu isenções, sem sucesso até o momento.