Durante o evento Safra Macro Day, nesta segunda-feira (28), um dos participantes do painel sobre o cenário eleitoral brasileiro, o sócio da Arko Advice Lucas de Aragão, avaliou que há riscos importantes para o governo nas próximas eleições já que apesar dessa pesquisa indicaram uma queda na popularidade de Lula (PT). “Para mim, é um cenário em que o governo chega em situação competitiva, mas com um altíssimo risco em 2026. A pesquisa mostra o que já indicava antes: uma oposição extremamente competitiva. O problema da oposição é se organizar”, afirmou.
Em relação às pesquisas, Lucas comentou: “Eu não vejo Brasília, o mundo político, os atores políticos se movimentando em torno de cada pesquisa que sai”. Ele destacou ainda o afastamento do Centrão em relação ao governo, mencionando a negativa do líder do União Brasil, Pedro Lucas (MA), em assumir o Ministério das Comunicações. “Cada vez mais percebemos um distanciamento do Centrão. Hoje, participar desse governo está pouco atrativo”, avaliou. Sobre a federação entre União Brasil e PP, Lucas afirmou que a aliança “já nasce dividida” e que, provavelmente em 2026, estará distante do governo.
Movimentações para 2026
Quanto aos fatores que podem influenciar as eleições de 2026, Lucas de Aragão apontou que o cenário dependerá de diversas variáveis, como a saúde de Jair Bolsonaro, uma possível prisão do ex-presidente e a movimentação dos partidos. “Se Tarcisio de Freitas se viabilizar, ele já nasce com o apoio de quatro das principais siglas do Centrão”, disse.
Ele também destacou a importância da desincompatibilização prevista para abril de 2026, que poderá alterar o quadro de alianças. “O tempo da política é o primeiro semestre de 2026. Para os presidentes dos partidos, pouco importa se Lula ou Bolsonaro vão ganhar; o que eles querem saber é o quanto suas bancadas terão de força no Congresso.”
Sobre a configuração do Congresso a partir de 2027, Lucas prevê um Senado mais conservador: “Dois terços do Senado serão renovados. Podemos ter um Senado totalmente de centro-direita em 2027, muito diferente do atual. À direita é melhor para produzir pautas. A diferença entre a Câmara e o Senado ficará ainda mais clara.”