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Energia Cara: De quem é a culpa?

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​Em fevereiro de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de 1,31%, a maior para o mês desde 2003. Esse aumento foi influenciado principalmente pelo reajuste de 16,80% nas tarifas de energia elétrica residencial, que contribuiu com 0,56 ponto percentual no índice geral. ​

O consumo de energia elétrica no Brasil tem mostrado crescimento contínuo. Em janeiro de 2025, houve um aumento de 3,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando 82.493 megawatts médios (MWmed) no Sistema Interligado Nacional (SIN).

A oferta de energia elétrica também tem se expandido. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estimou que, em 2025, a capacidade instalada de geração aumentaria em 9.950 MW, alcançando um total de 208,9 GW. Esse incremento é resultado de investimentos em diversas fontes, incluindo solar, eólica e termelétrica. ​

No entanto, apesar do aumento na oferta e no consumo, o Brasil enfrenta desafios relacionados aos custos da energia elétrica. A alta nas tarifas tem pressionado a inflação, afetando diretamente o poder de compra dos consumidores. Além disso, a carga tributária sobre a energia elétrica é significativa, representando uma parcela considerável no valor final pago pelos consumidores. Essa carga tributária elevada poderia ser revista, visando estimular a economia e potencializar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).​

O incentivo à geração distribuída, especialmente por meio de sistemas fotovoltaicos, poderia contribuir para a redução dos custos energéticos. No entanto, produtores de energia solar têm enfrentado dificuldades devido a políticas que limitam a quantidade de energia que podem injetar na rede, resultando em perdas financeiras. Essa situação levanta preocupações sobre possíveis favorecimentos a grandes fornecedores e distribuidoras de energia, em detrimento de pequenos produtores e consumidores.

Investir em políticas que promovam a energia solar fotovoltaica pode trazer benefícios significativos ao país, como a diversificação da matriz energética, redução de custos e estímulo ao desenvolvimento tecnológico. O mercado fotovoltaico brasileiro tem mostrado potencial de crescimento, podendo gerar empregos, atrair investimentos e contribuir para a sustentabilidade ambiental. Superar os desafios regulatórios e criar um ambiente favorável para pequenos e médios produtores são passos essenciais para aproveitar plenamente as vantagens dessa fonte de energia renovável.

No entanto, em 2024, o governo determinou o desligamento de geradores de energia solar e eólica no Nordeste, sob a justificativa de preservar a estabilidade do sistema elétrico. Essa ação resultou em prejuízos financeiros significativos para os produtores, levantando questionamentos sobre a transparência e a equidade das decisões regulatórias.

Essas políticas e regulamentações recentes têm gerado debates sobre o equilíbrio entre a promoção de energias renováveis e a proteção dos interesses de grandes empresas do setor energético. Há preocupações de que algumas medidas possam favorecer grandes geradoras de energia, em detrimento de iniciativas individuais e de pequenos produtores. A transparência nas decisões regulatórias e a criação de um ambiente competitivo e justo são essenciais para garantir que os benefícios da geração distribuída sejam amplamente distribuídos, contribuindo para a redução dos custos energéticos e o desenvolvimento sustentável do país.

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