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Análise: Três possíveis cenários para a disputa de 2026 ao Governo do RS

A divisão da esquerda pode levar a um segundo turno entre o centro e a direita

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A disputa de 2026 ao Palácio Piratini tem quatro pré-candidaturas oficializadas: o vice-governador Gabriel Souza (MDB); o deputado federal Luciano Zucco (PL); a ex-deputada Juliana Brizola (PDT); e o presidente da Conab, Edegar Pretto (PT). Além deles, o deputado federal Covatti Filho (PP) também está postado como pré-candidato, embora seu nome ainda não tenha sido oficializado pelo PP.

Apesar da configuração do tabuleiro de 2026 ganhar forma, mudanças podem ocorrer até o próximo ano. O PP, por exemplo, é cobiçado por Gabriel Souza e Luciano Zucco. O PDT, por sua vez, é cortejado pelo PT e MDB. Os pedetistas, por outro lado, desejam atrair o PT e partidos da base do governador do Rio Grande do Sul (RS), Eduardo Leite (PSD), para uma eventual aliança com Juliana Brizola, o que parece improvável hoje.

Diante dos últimos movimentos realizados pelo mundo político gaúcho, podemos projetar três possíveis cenários para a disputa do próximo ano ao Piratini: 

1º cenário (Gabriel x Zucco no 2º turno): caso Gabriel Souza, Luciano Zucco, Covatti Filho, Juliana Brizola e Edegar Pretto forem candidatos em 2026, aumentam as possibilidades de um segundo turno entre Zucco e Gabriel. Isso tende a ocorrer porque Zucco conta com a solidez do voto bolsonarista, principalmente no interior do RS, e Gabriel tende a crescer a partir da associação com Eduardo Leite. A esquerda, mesmo competitiva, tende a ser prejudicada pela divisão em duas candidaturas: Edegar e Juliana. 

2º cenário (Zucco x Edegar ou Juliana no 2º turno): se a esquerda, que tem Edegar Pretto e Juliana Brizola postados no tabuleiro, construírem uma aliança, o que é difícil já que PT e PDT resistem em abrir mão da cabeça de chapa, e Gabriel Souza não conseguir capitalizar a aprovação do governo Eduardo Leite em seu favor, poderá ganhar força a possibilidade de um segundo turno entre Zucco e Edegar ou Juliana, reproduzindo no RS a polarização nacional entre direita e esquerda.

3º cenário (Gabriel x Edegar ou Juliana): em um hipotético cenário em que Luciano Zucco tenha dificuldades para manter sua atual posição e a esquerda consiga uma unidade ou então um dos nomes que represente esse espectro – Edegar ou Juliana – hegemonizar o chamado voto progressista, poderemos ter um segundo turno entre uma força de centro e outra de esquerda. 

Como hoje Luciano Zucco tem a preferência do voto bolsonarista, Gabriel Souza deve crescer puxado pela aprovação do governo Eduardo Leite, e a esquerda caminha para concorrer novamente dividida, o mais provável seria a reedição dos segundos turnos de 2018 e 2022, sem a presença da esquerda.

Comparando as duas últimas eleições, o cenário de hoje no RS indica que podemos ter um quadro mais similar a 2022 quando houve uma candidatura forte à direita (Onyx Lorenzoni), outra ao centro (Eduardo Leite) e uma terceira à esquerda (Edegar Pretto). Para o ano que vem, a direita será representada por Zucco; o centro por Gabriel, e a esquerda encontra-se dividida entre Edegar e Juliana, o que reduz seu potencial neste momento. 

Autor

  • Analista Político da Arko Advice. Doutorando em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Bacharel em Ciência Política (ULBRA-RS). Especialista em Ciência Política (UFRGS). Tem MBA em Marketing Político (Universidade Cândido Mendes).

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