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Análise: Sem Bolsonaro, direita tem desafio em busca de unidade

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontra inelegível e com possibilidade de prisão

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As discussões sobre as eleições gerais de 2026 estão consideravelmente adiantadas, com pré-candidatos anunciados em partidos que compõem a base do governo. O movimento ocorre inclusive com o presidente Lula (PT), indicando que ele irá concorrer à reeleição no próximo ano. Dessa forma, Lula acaba concentrando a maior parte dos votos do eleitorado de esquerda.

Enquanto isso, no campo da direita, alguns dos principais partidos já lançaram pré-candidatos à Presidência para o próximo ano, caso do União Brasil e do PSD. O Republicanos tem no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um nome forte para concorrer ao cargo. Além da dificuldade de se encontrar um nome de consenso entre todas as siglas, o candidato que poderia uni-los, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se encontra inelegível e com possibilidade de prisão por conta do julgamento que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Há resistência por parte de Bolsonaro de se retirar da disputa, o que atrasa as discussões nesse campo político sobre quem será o candidato a enfrentar Lula.

Ainda na direita, o grande desafio será chegar a um substituto que absorva o eleitorado de Bolsonaro e consiga também atrair os votos recebidos por Lula em 2022. Como citado, PSD, Republicanos e União Brasil despontam com pré-candidatos e quadros que já têm relevância nacional. Tarcísio seria o nome ideal para unir esses partidos, mas o governador ainda pode concorrer à reeleição por São Paulo, diferentemente dos governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG). Estes, embora sejam relativamente bem avaliados e tenham baixa rejeição em seus estados, teriam ainda de negociar com os outros partidos e unir as siglas.

Caiado, por exemplo, carece de mais apoio dentro do próprio partido, pois sua candidatura não é consenso. Além disso, ele tem sofrido críticas por parte do agronegócio goiano. Já Zema, caso continue no Novo, dependerá de acordo ou federação que o partido faça para conseguir superar as cláusulas de barreira e ter acesso aos recursos do fundo eleitoral. Ratinho, por sua vez, seria um nome possivelmente com menos resistências em diversos setores. Primeiro, no próprio partido, que já o colocou como pré-candidato. Segundo, pela população do Paraná, visto que em fevereiro sua aprovação chegou a superar a casa dos 80%. Por fim, ao mesmo tempo que se posiciona à direita, o governador não tem a figura tão atrelada ao bolsonarismo, o que lhe permitiria captar votos de eleitores de centro e até de esquerda, a depender do cenário.

Logo, não é impossível que a direita consiga chegar a um candidato fortalecido o suficiente para tentar superar Lula, mas há muitas variáveis a serem levadas em consideração. Fora isso, o fator Lula não pode ser desconsiderado, já que caso o presidente mude radicalmente a forma de governar pode conseguir o apoio desses partidos em 2026.

Autor

  • Jornalista carioca em Brasília, com experiência em cobertura econômica e política. Formação pela PUC-Rio, com passagem pela CNN Brasil na áreas de produção de videorreportagem.

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