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Análise: Reforma ministerial de olho em 2026

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Na semana passada, Gleisi Hoffmann (PT-PR) assumiu o Ministério das Relações Institucionais (SRI), enquanto Alexandre Padilha (PT-SP) tomou posse à frente do Ministério da Saúde. O movimento seguiu uma motivação mais interna ao governo. Ou seja, não teve como intuito melhorar a relação do Executivo com o Congresso, o que poderá acontecer em ajustes futuros.

A ida de Gleisi Hoffmann para a SRI pode ser vista como um movimento semelhante ao que aconteceu com Dilma Rousseff em 2005. Dilma foi nomeada naquele ano para a Casa Civil e, em 2010, concorreu como presidente da República.

Claramente, a ida de Gleisi para a equipe ministerial fez com que ela ganhasse algumas posições na fila como alternativa para a sucessão do presidente Lula (PT) em 2030. Ou até 2026, a depender da situação política e/ou da saúde do presidente.

Se Lula decidir mesmo concorrer em 2026 – e esse é o cenário mais provável –, Gleisi poderá disputar uma vaga no Senado. Vale ressaltar que o PT está preocupado com a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em particular, e a direita, de forma geral, conquistarem maioria expressiva de assentos na Câmara Alta.

Padilha assumiu dizendo que pretende permanecer no Ministério da Saúde até o fim do mandato de Lula, o que significa que não estaria disposto a concorrer no próximo ano. Mas pode não ser bem assim. Ele substituiu Nísia Trindade, um nome técnico, mas a pasta agora terá uma atuação mais política. Padilha pode ter dois caminhos: concorrer ao governo de São Paulo ou tentar o Senado.

Ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também pode integrar a equipe ministerial de Lula. O presidente, em mais de uma oportunidade, defendeu o nome de Pacheco para o governo de Minas Gerais. Lula e o governador do estado, Romeu Zema (Novo), são adversários políticos. Além disso, o deputado Nikolas Ferreira (PL) pode concorrer em 2026, com boas chances de eleição. Ele teria o apoio de Bolsonaro. Lula, portanto, teria, ao lado de Pacheco, um palanque competitivo.

As mudanças ministeriais, além de buscarem melhorar a relação com o Legislativo, visam alguns movimentos de olho nas eleições do próximo ano.

Autor

  • Vice-presidente e sócio da Arko Advice desde 1999, mestre em Ciência Política pela UnB, professor, palestrante e editor-chefe do "Cenários Políticos" e "Política Brasileira".

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