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Análise: Popularidade em alta reduz rumores sobre desistência de Lula de candidatura

A agenda de Lula é de candidato

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Todas as pesquisas de opinião recentes mostram dois pontos comemorados pelo governo e por aliados: a recuperação da popularidade do presidente Lula (PT); e sua liderança na corrida pelo Palácio do Planalto tendo em vista 2026. Assim, nos últimos meses, reduziram drasticamente os rumores e as especulações sobre a possibilidade de Lula desistir de disputar um novo mandato.

A melhora de Lula nas pesquisas de opinião tem até aumentado a divisão no campo da direita. União Brasil e PP, que formalizaram uma federação, chegaram a obrigar seus ministros a deixar os cargos. As legendas, que votam divididas no Congresso em projetos de interesse do governo, sinalizam apoio à candidatura de oposição a Lula.

Os ministros do Turismo, Celso Sabino (União), e do Esporte, André Fufuca (PP), ignoraram solenemente a determinação de suas legendas. Celso Sabino é do Pará e André Fufuca do Maranhão, estados em que o governo conta com uma boa avaliação. Para seus projetos políticos futuros, permanecer no governo é, portanto, positivo.

E Lula continua com uma agenda capaz de alavancar um pouco mais seu capital eleitoral. Na última quarta-feira (07), sancionou a lei que institui a Tarifa Social de Energia, que deve beneficiar 4,5 milhões de famílias.

A isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais deve começar a valer em janeiro de 2026. No total, a expectativa é de beneficiar 15 milhões de pessoas. E, ao longo de outubro, o governo deve anunciar outro programa para estimular a economia. Trata-se de uma nova linha de crédito para reforma de moradias.

Em entrevista na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que a equipe econômica está realizando, a pedido do presidente Lula, uma “radiografia” do setor de transportes públicos brasileiro para avaliar a possibilidade de implementar a chamada tarifa zero para a população. Ainda que seja uma medida que demore a ser implementada, pode se tornar um compromisso de campanha, assim como foi a questão do Imposto de Renda.

A retomada de diálogo com os Estados Unidos, ainda que não traga uma solução no curto prazo, reduz as críticas de isolamento internacional do Brasil.

A agenda de Lula é de candidato. O discurso de Lula é de candidato. Ministros próximos anunciam sua candidatura. Pesquisas o colocam bem posicionado. Apenas algo extraordinário faria Lula desistir.

Autor

  • Vice-presidente e sócio da Arko Advice desde 1999, mestre em Ciência Política pela UnB, professor, palestrante e editor-chefe do "Cenários Políticos" e "Política Brasileira".

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