30.5 C
Brasília

Análise: PLDO 2026 depende de aprovação de medidas compensatórias

Na próxima semana, o governo deve enviar dois projetos para ajudar nas contas públicas

Data:

A derrubada da MP nº 1.303/25 gerou no governo uma frustração de arrecadação de R$ 20,9 bilhões em 2026, além da perda de uma economia de R$ 10,7 bilhões. Diante disso, o Executivo está se articulando para garantir que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2026 seja votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) somente após a aprovação de medidas compensatórias.

Na próxima semana, o governo deve enviar dois projetos ao Congresso Nacional para ajudar nas contas públicas. Um deles trataria do corte de gastos; o outro, da tributação de fintechs e apostas de cota fixa, também conhecidas como bets. Para agilizar o processo, os textos devem ser apensados a matérias que estejam em estágio mais avançado de tramitação.

A tributação de apostas é mais bem recebida no Congresso Nacional. Já quanto à proposta de aumento de tributação de empresas e bancos, o governo pode enfrentar resistências, conforme ocorreu com a MP. Por outro lado, com relação ao projeto de corte de gastos, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a Casa pode votar a matéria na semana que vem.

A questão orçamentária não é, porém, o único fator que vem interferindo na votação do PLDO. O cronograma de pagamento das emendas parlamentares também tem travado a negociação. De um lado, o Congresso defende que haja um calendário explícito no projeto, como uma garantia de que os recursos serão direcionados até, no máximo, três meses antes das eleições. No entanto, o governo é contra a iniciativa. Os parlamentares estão receosos de que o governo priorize aliados ou demore a repassar o valor das emendas. Nesse cenário, parlamentares argumentam que o relacionamento com suas bases eleitorais poderia sair prejudicado.

Outro caminho já sinalizado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), seria o contingenciamento de mais de R$ 7 bilhões em emendas parlamentares para conseguir fechar as contas públicas. Além disso, ele apontou que pode reeditar medidas provisórias de controle de gastos no início do próximo ano.

Dessa forma, a tendência é que o PLDO 2026 seja votado só após os recursos estarem garantidos e o governo e o Parlamento terem chegado a um acordo acerca do cronograma das emendas. Com o adiamento da votação desse texto, o prazo também fica mais apertado para a PLOA 2026. Por mais que haja um desejo de votar o Orçamento ainda este ano, pode ser que a votação fique para o início do ano que vem, conforme ocorreu com o Orçamento de 2025, votado em março.

Autor

  • Curso jornalismo na Universidade de Brasília (UnB) e busco unir meus conhecimentos da área da comunicação com o propósito da Arko Advice de entregar as principais notícias da política brasileira.

    Ver todos os posts

Compartilhe

Inscreva-se

Receba as notícias do Política Brasileira no Whatsapp

Leia Mais
Relacionado

Crise dos chips: Alckmin aciona diplomacia brasileira e pede à China que oferta seja mantida

Crise geopolítica entre China e Holanda ameaça produção de carros no Brasil

CNJ instrui juízes a rejeitar solicitações da PM sem aval do MP

Decisão reitera que PM não tem competência para investigar crimes comuns sem aval do Ministério Público

Comissão aprova projeto que permite emissões de certificados e letras de crédito para pequena e média empresa

Projeto cria CRM e LCM como instrumentos financeiros com benefícios fiscais para estimular PMEs

Bolsa bate recorde e dólar cai pela segunda sessão consecutiva

Dólar cai para R$ 5,36 com expectativas de corte de juros e encontro entre Trump e Xi Jinping