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Análise: PL Antifacção traz desgaste limitado para direita

As últimas semanas revelaram que é preciso ter cautela na abordagem do assunto

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Na última semana, o Projeto de Lei Antifacção (PL nº 5.582/25) pautou o debate político em Brasília e adiantou discussões importantes sobre as eleições de 2026. No entanto, por mais que tenha provocado desgaste para a oposição e evidenciado desalinhamento interno, o debate não gerou impacto eleitoral para possíveis candidatos da direita ao pleito de 2026.

Por mais que o tema da segurança pública seja, na maioria das vezes, liderado pela direita, o andamento atropelado do projeto na Câmara permitiu que o governo impusesse uma derrota ao relator do texto, deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Em cinco dias, foram apresentados quatro relatórios distintos, sendo o último com um grande recuo, além de pedidos pelo adiamento da matéria. Toda essa movimentação desagradou a bolsonaristas, que enxergaram falta de comunicação do relator com outras partes ao costurar um novo texto.

No entanto, por ora, esse desgaste se restringe a Derrite, que visa ao Senado em 2026, sem atingir outros nomes da oposição. Paralelamente, a mobilização coordenada de governadores de direita em torno da pauta da segurança pública – após a megaoperação no Rio de Janeiro – parece estar capitalizando eleitoralmente o tema. A última pesquisa Quaest mostrou o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em empate técnico em um eventual cenário de segundo turno em 2026. Além disso, caiu a vantagem de Lula em relação aos governadores Tarcísio de Freitas (Rep-SP), Ratinho Jr. (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO) e Eduardo Leite (PSD-RS) e ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A Quaest também registrou um crescimento de 8 pontos percentuais na preocupação brasileira com a segurança pública, após a megaoperação. O atual patamar é o maior da série histórica e demonstra que a tendência é que a pauta se mantenha em discussão, possibilitando a análise de projetos relacionados ao tema. É o caso do PL Antifacção; da PEC da Segurança Pública (PEC nº 18/25); e do projeto que institui o devedor contumaz (PL nº 125/22).

Essa sequência de movimentos aponta para a consolidação da segurança pública como um dos eixos centrais da disputa política em 2026. Nesse cenário, a tendência é que a aprovação da PEC da Segurança seja utilizada pelo governo na esteira da campanha eleitoral, por mais que a direita apresente vantagem no tema. De qualquer maneira, as últimas semanas revelaram que é preciso ter cautela na abordagem do assunto.

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  • Curso jornalismo na Universidade de Brasília (UnB) e busco unir meus conhecimentos da área da comunicação com o propósito da Arko Advice de entregar as principais notícias da política brasileira.

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