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Análise: Os governadores e a sucessão de 2026

O desafio dos governadores será atrair o voto bolsonarista

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O desgaste da família Bolsonaro, sobretudo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por conta do tarifaço imposto ao Brasil pelos Estados Unidos, aumenta a importância dos seguintes governadores no debate sobre a sucessão presidencial em 2026: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP); Romeu Zema (Novo-MG); Ronaldo Caiado (União Brasil-GO); Ratinho Jr. (PSD-PR); e Eduardo Leite (PSD-RS).

Com Jair Bolsonaro inelegível, cresce a possibilidade de um ou mais governadores se candidatarem ao Palácio do Planalto. Na semana passada, o instituto Quaest realizou uma série de pesquisas para medir a força dos pré-candidatos tanto em nível nacional quanto em seus estados.

A rejeição mais baixa a Tarcísio (39%); Leite (36%); Ratinho (33%); Zema (33%); e Caiado (33%), quando tais índices são comparados aos de Lula (51%), Jair Bolsonaro (57%), Eduardo Bolsonaro (57%), Flávio Bolsonaro (55%) e Michelle Bolsonaro (51%), deve reforçar a movimentação política desses governadores, pois eles têm índice alto de desconhecimento entre o eleitorado – Tarcísio (34%); Ratinho (46%); Leite (53%); Zema (54%); Caiado (54%) – e, por esta razão, pode indicar potencial de crescimento.

A partir dos dados divulgados pela Quaest, a Arko Advice realizou um estudo comparativo da aprovação, da desaprovação e da intenção de voto desses governadores em seus estados. Ronaldo Caiado, Ratinho Jr. e Tarcísio de Freitas aparecem com percentuais mais altos de aprovação e de intenção de voto em seus redutos eleitorais.

Caiado tem um saldo positivo de popularidade de 79 pontos percentuais. Na sequência, aparecem: Ratinho (72 pontos); Tarcísio (31 pontos); Leite (20 pontos); e Zema (20 pontos). Esses governadores também venceriam o presidente Lula (PT) em seus estados. Embora Caiado e Ratinho tenham um desempenho melhor que o de Tarcísio, eles comandam estados com menos eleitores que São Paulo. Enquanto São Paulo concentra 22% do eleitorado nacional, Goiás reúne apenas 3% do eleitorado, e o Paraná, 5%. Diante do desgaste enfrentado pelo bolsonarismo, o desafio dos governadores será atrair o voto bolsonarista sem ser afetado pelos problemas vividos pelo ex-presidente.

Trata-se de um desafio difícil de ser solucionado, visto que os governadores não podem perder o voto bolsonarista, sob pena de comprometerem seus projetos estaduais e ficarem inviabilizados nacionalmente.

Autor

  • Analista Político da Arko Advice. Doutorando em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Bacharel em Ciência Política (ULBRA-RS). Especialista em Ciência Política (UFRGS). Tem MBA em Marketing Político (Universidade Cândido Mendes).

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