Levantamento da Arko Advice mostra que, no primeiro semestre de 2025, o presidente Lula (PT) obteve o pior percentual de apoio semestral na Câmara dos Deputados desde que assumiu o seu terceiro mandato como presidente da República. Para essa pesquisa, foram analisadas 520 votações nominais e abertas de 2023 até julho de 2025.
No primeiro semestre do ano, a derrota mais simbólica do governo ocorreu durante a análise do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O assunto foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF). Por decisão liminar do ministro relator, Alexandre de Moraes, o aumento do IOF foi restabelecido e o aumento voltou a vigorar. O episódio resultou em críticas de parlamentares ao STF.
Outra votação relevante no primeiro semestre foi a que envolveu o licenciamento ambiental. O governo tem mostrado resistência ao texto e deve sancionar o projeto com vetos, o que pode gerar novos atritos com o Congresso Nacional. O prazo de sanção do presidente Lula vai até 8 de agosto.
Em julho, o apoio ao governo subiu em relação a junho, passando de 37,71% para 44,57%. Mesmo com essa alta, este foi o segundo menor percentual desde fevereiro de 2023.
Conforme tratamos no Política Brasileira 2267, o Executivo e o Legislativo fecharam o primeiro semestre do ano em clima de tensão. Clima que tende a permanecer desafiador para o Executivo no segundo semestre.
No primeiro semestre do ano, as legendas mais fiéis ao governo foram: PCdoB (85,57%); PT (80,44%); PV (78,52%); PDT (72,11%); e PSOL (71,97%).
Já os partidos que mais votaram contra o Palácio do Planalto foram: Novo (61,47%); PL (56,69%); PRD (31,88%); União Brasil (29,22%); e Cidadania (28,84%).
Quando se compara o atual apoio ao presidente Lula na Câmara dos Deputados com seus dois mandatos anteriores, verifica-se que a média de apoio em 2025 é a menor já obtida por Lula. Também é a menor dos primeiros dois anos do terceiro mandato. Tal resultado demonstra uma relação difícil com o Poder Legislativo.

