Com reunião de líderes da Câmara prevista para às 16h de hoje (6) na casa de Hugo Motta (Republicanos-PB), líderes de partidos de centro devem participar da reunião com a meta de convencer os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) a deixarem as mesas diretoras, que são ocupadas fisicamente em protesto desde ontem (5).
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Mesmo em partidos ideologicamente mais alinhados ao PL, o entendimento é que obstrução física do Plenário foi uma medida extrema que precisa ser revertida. Parte do PP, por exemplo, aderiu à obstrução, mas não à ocupação do Plenário.
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A dificuldade está na resistência do líder do PL, Sóstenes Calvalcante (PL-RJ), e da oposição, deputado Zucco (PL-RS), de comparecer à reunião de líderes da Câmara. Eles pedem uma reunião conjunta com Motta e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
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“A gente vive um momento em que seria muito ruim ter que desocupar o plenário da Câmara e do Senado. Não acredito nessas medidas, de ter que desligar ar condicionado e desligar as luzes. Precisamos construir no diálogo, que é a forma que a Casa se constitui”, declarou o líder do PP, Dr. Luizinho (RJ).
Anistia não pode ser votada às pressas
Luizinho ainda declarou que a negociação é dificultada pelo fato do PL ter alterado suas demandas. Se antes a anistia aos presos do 8 de janeiro era negociada e modulada, agora o PL pede a “anistia geral e irrestrita”, o que inclui generais e, na avaliação de alguns, poderia beneficiar Jair Bolsonaro (PL). “Para fazer a anistia tem uma complexidade de texto, para que a gente não faça uma regra que possa ser questionada no STF. […] O Parlamento Brasileiro vai entrar na discussão de decisão judicial? Cabe à gente fazer essa decisão? A cada pessoa que for presa, a gente vai mudar a legislação?”, questionou Luizinho. O mesmo se aplica ao fim do foro privilegiado, que, para o líder do PP, divide opiniões no Congresso, e não poderia ser aprovada às pressas.