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Análise: Futuro político de Fernando Haddad

Caso Haddad opte por concorrer em 2026, terá de deixar o cargo até abril

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Após o desgaste político provocado pelo impasse com o Congresso em torno do aumento proposto ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), teve uma notícia positiva na semana passada. A pesquisa divulgada pelo instituto AltasIntel apontou que a avaliação positiva de Haddad cresceu três pontos percentuais, atingindo 45%. A avaliação negativa do ministro, por outro lado, caiu cinco pontos, chegando a 51%. Mesmo que a desaprovação de Haddad supere a aprovação, esse foi o melhor resultado obtido pelo ministro desde janeiro.

A melhora na avaliação positiva de Fernando Haddad tende a influenciar a decisão sobre seu futuro político. Embora exista a possibilidade de Haddad permanecer no cargo até dezembro de 2026, especulações envolvendo uma possível candidatura sua nas eleições do próximo ano vêm surgindo. Caso Haddad opte por concorrer, terá de deixar o cargo até abril de 2026.

Na semana passada, em entrevista concedida ao portal Metrópoles, Haddad admitiu a possibilidade de deixar o Ministério da Fazenda para assumir a coordenação da campanha ou do programa de governo da provável candidatura do presidente Lula à reeleição em 2026.

Embora na mesma entrevista Haddad tenha dito que Lula não pediu que ele fosse candidato em São Paulo no próximo ano, o nome do ministro é especulado no maior colégio eleitoral do país. A mais recente pesquisa divulgada pelo instituto Paraná apontou que, caso Haddad concorra a governador, teria 17,2% das intenções de voto, ficando em segundo lugar, atrás do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, caso dispute a reeleição, teria 46,8%.

Diante da alta aprovação registrada por Tarcísio, uma eventual candidatura do ministro a governador não é o cenário mais provável. Vale lembrar que, nas eleições de 2022, Haddad disputou o Palácio dos Bandeirantes com Tarcísio e foi derrotado por 55,27% a 44,73% dos votos válidos no segundo turno.

Já para o Senado, Fernando Haddad demonstra maior competitividade. De acordo com o instituto Paraná, Haddad registra 32,8% das intenções de voto, dividindo a liderança com Eduardo Bolsonaro (36,7%). Como em 2026 haverá duas vagas em disputa, não devemos desconsiderar a possibilidade de Haddad concorrer a senador, principalmente se levarmos em conta que um dos objetivos de Lula é evitar que o bolsonarismo conquiste maioria no Senado.

Outro motivo que poderá levar Fernando Haddad a se desincompatibilizar do cargo de ministro em abril do próximo ano é a necessidade de o PT contar com um plano B, na eventualidade de Lula não disputar a reeleição em 2026.

Autor

  • Vice-presidente e sócio da Arko Advice desde 1999, mestre em Ciência Política pela UnB, professor, palestrante e editor-chefe do "Cenários Políticos" e "Política Brasileira".

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