24.6 C
Brasília

Análise: Filiação de Eduardo Leite ao PSD fortalecerá o partido para 2026

Apesar de Eduardo Leite ter de enfrentar obstáculos pela frente, sua possível ida para o PSD aumenta o peso político do partido para 2026

Data:

As próximas semanas devem ser marcadas por articulações visando às eleições de 2026. Ganha força a possibilidade de o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), trocar de partido. O mais provável é que se filie ao PSD.

Buscando posicionar-se no debate nacional, Leite se encontraria em melhores condições para tal no PSD, já que o partido conta com uma estrutura robusta, considerável tempo de televisão no horário eleitoral gratuito e recursos do fundo partidário. Além da boa relação com o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, Leite tem dialogado com líderes importantes da sigla, como o governador do Paraná, Ratinho Júnior, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Eduardo Leite tem assumido seu desejo de participar do debate nacional, contribuindo com a construção de um projeto de terceira via. Mas hoje, mesmo com o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desgastados, o espaço para a terceira via é restrito, já que o lulismo e o bolsonarismo são as duas narrativas hegemônicas na política brasileira, a ponto de manterem o país polarizado.

Mesmo na hipótese de Bolsonaro não conseguir reverter sua inelegibilidade e concorrer ao Palácio do Planalto, Leite dependeria de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não se candidatar à Presidência. Ainda assim, teria no PSD a concorrência com Ratinho Júnior, apontado por Kassab como o “ficha 1” do partido, caso a sigla apresente candidatura própria ao Planalto.

Apesar de Eduardo Leite ter de enfrentar obstáculos pela frente, sua possível ida para o PSD aumenta o peso político do partido para 2026. Além de ser um aliado estratégico em um eventual projeto nacional de Tarcísio, o PSD atraiu recentemente a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que estava no PSDB. Além de Leite e Raquel, o governador do Mato Grosso do Sul, o tucano Eduardo Riedel, também pode mirar o PSD, o que deixaria o PSDB sem governadores.

O futuro do PSDB por ora está indefinido. Ainda que ocorra uma fusão com o Podemos, ou uma incorporação, é improvável que as lideranças tucanas saiam unidas desse processo. O mais provável é uma divisão na legenda, que seguiria como coadjuvante no tabuleiro político.

Em resumo, o PSD ganha mais força para 2026, tanto por poder contar com dois presidenciáveis – Leite e Ratinho –, quanto por ser um aliado estratégico para um eventual projeto Tarcísio, ocupando um espaço de protagonista ao centro que, no passado, pertenceu ao PSDB e ao MDB.

Autor

  • Analista Político da Arko Advice. Doutorando em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Bacharel em Ciência Política (ULBRA-RS). Especialista em Ciência Política (UFRGS). Tem MBA em Marketing Político (Universidade Cândido Mendes).

    Ver todos os posts

Compartilhe

Inscreva-se

Receba as notícias do Política Brasileira no Whatsapp

Leia Mais
Relacionado

Relator inclui trechos da MP 1303 e compensação ao Presiq em projeto que trata de bebidas adulteradas

Deputado Kiko Celeguim recupera medidas da MP 1303 e direciona cortes para benefícios à indústria química

PEC da Reforma Administrativa é oficialmente protocolada

Texto propõe cortes de privilégios, teto de gastos para estados e municípios e padronização salarial

Paul Biya é reeleito para oitavo mandato consecutivo em Camarões

Presidente pode ficar no poder até os 100 anos de idade

Análise: Ações e contradições que envolvem a pauta eleitoral no RJ

Disputa política no estado vai do campo da segurança pública ao futebol