Nas eleições de 2022, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez o possível para concorrer ao Palácio do Planalto. Disputou as prévias do partido e chegou a renunciar ao cargo para se dedicar ao projeto nacional. Após perder as prévias, foi convidado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, a se filiar à sigla e disputar o Planalto. Acabou permanecendo no PSDB e reelegendo-se governador, feito inédito no estado.
Após as pesquisas dos institutos Quaest e Paraná apontarem que Eduardo Leite possui elevada aprovação no Rio Grande do Sul – em torno de 60% –, ele passou a ensaiar movimentos para retornar ao debate político nacional, de olho na disputa presidencial de 2026.
Para concretizar seu ingresso no debate nacional, Eduardo Leite depende, primeiro, do futuro do PSDB. Embora a possibilidade de incorporação ao PSD tenha esfriado, a recente filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, ao PSD reforçou a percepção de que o PSDB está cada vez mais enfraquecido.
Não por acaso, recentemente, Leite admitiu que também pode deixar o ninho tucano. Embora tenha frisado que sua disposição é ficar no partido, ele ponderou que essa decisão “não cabe só a mim”. Ou seja, Leite emite sinais de que seguirá o rumo a ser definido pelo PSDB nacional.
E enquanto o rumo do PSDB não é definido, Eduardo Leite fortalece sua imagem pessoal e a do governo. Ele tem celebrado, por exemplo, a redução da criminalidade em seu estado. Também explora nas redes sociais sua vida pessoal, divulgando momentos ao lado do marido, Thalis Bolzan.
Na semana passada, ao participar de uma reunião-almoço na Federasul, Eduardo Leite demonstrou disposição para dialogar com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre as eleições de 2026.
Após aprovar uma ambiciosa agenda de reformas em seu primeiro mandato e equilibrar as contas do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite foi desafiado pela grave enchente que atingiu o estado no ano passado. Mesmo em meio a grandes desafios, tem conseguido superá-los. Não à toa voltou a focar no debate nacional.
O caminho para Eduardo Leite será longo, sobretudo se considerarmos que as principais alternativas anti-Lula estão mais à direita. Entretanto, Leite é um player que estará presente nas discussões, em especial se realizar um gesto em direção a um partido com maior estrutura política e financeira, caso do PSD. Se não disputar o Planalto, Leite é um forte candidato a senador, tendo ainda elevadas chances de eleger seu sucessor no governo gaúcho.

