A crise de segurança pública no Rio de Janeiro, a menos de 1 ano das eleições gerais, trouxe um impasse para governadores e para o Planalto: a de cooperação entre governos de ideologias diferentes ou de embate institucional visando a polarização. O governador do Rio, Claudio Castro (PL), ao mesmo tempo que recebeu o ministro da Justiça e Segurança de Lula (PT), Ricardo Lewandowski, para a criação de um comitê cooperativo contra as facções, recebeu também governadores de direita que buscaram mostrar união e criticaram a gestão petista. A reunião contou com governadores que são cotados como candidatos à presidência da República, como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e o de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
O dilema deriva também da capacidade dúbia da relação entre o governo estadual e o federal. Ainda que Lula tenha adotado um tom mais ameno, ministros criticaram o governador pela alta letalidade da operação, e defenderam a estratégia de focar no sufocamento financeiro das organizações criminosas e no policiamento de fronteiras para coibir o tráfico internacional de armas. Assim, enquanto uma aliança pode gerar resultados concretos pela segurança, também pode abrir margem para desgaste político e eleitoral em meio às diferentes perspectivas dos políticos e do eleitorado.
PEC da segurança
A fala dos governadores após encontro com Castro mostra que o principal palco de polarização política sobre o tema da segurança deverá ser a PEC enviada por Lula ao Congresso. “O único objetivo do governo federal é tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública”, disse Caiado, após o encontro.

